A IA que está batendo de frente com o ChatGPT

+ novo formato de anúncio no YouTube e regulamentação das redes

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É informação que dá ROI.

💻 A conversa nos corredores da internet: Llama 3, da Meta, está quase tão boa quanto o GPT-4

Saiu na Wired: tem gente importante dizendo que o Llama 3, modelo de IA generativa lançada pela Meta há alguns dias, está encostando no GPT-4.

Melhor para o usuário: pessoas da indústria estão percebendo respostas de qualidade semelhante (ou mesmo superior, em alguns casos) às do ChatGPT..

Melhor para o Zuck: o modelo da Meta parece ser mais eficiente em termos de velocidade de resposta e custos de operação.

Pior para a concorrência: enquanto Gemini (do Google) e GPT (da OpenAI) são baseados em código proprietário, o Llama é open source. Esse fator chama atenção de desenvolvedores e empreendedores.

Em tempo, não há previsão para liberação da Meta AI no Brasil.

▶️ Em breve: anúncios em vídeos pausados no YouTube

Nada confirmado, mas é muito provável que o YouTube passe a disponibilizar um novo formato de anúncio: ads que aparecem quando o usuário pausar um vídeo.

Em conversas internas (noticiadas pelo The Verge), já se falou que os resultados dos testes realizados em maio do ano passado foram muito animadores.

✍️ Conteúdo gerado por IA? Não, obrigado

A Wattpad, plataforma onde usuários escrevem ficção e compartilham suas histórias uns com os outros, realizou um estudo para investigar a aceitação das IAs pelo público.

O resultado: 92% prezam pela presença de humanos na escrita de livros e conteúdos mais densos.

Uma pesquisa no nosso mercado? Talvez, mas é um dado a considerar.

👨‍⚖️ Regulamentação das redes sociais: o que já se sabe

Você soube por aqui: o embate entre Elon Musk e o ministro do STF Alexandre de Moraes reacendeu as conversas sobre regulamentar as redes sociais.

Por enquanto, nada oficial, mas autoridades e especialistas têm soltado declarações aqui e ali sobre o que propõem.

A Primeira Página, mais generosa que o prefeito da sua cidade (aquilo é uma mãe), fez um apanhadão para sentir o clima e fazer algumas inferências:

  • Ainda em 2024: com as eleições municipais logo ali, o assunto ficou urgente. É provável que mudanças já aconteçam nos próximos meses.

  • Pressão por implementação rápida: na visão das autoridades, as plataformas já têm a estrutura pronta para tirar conteúdos do ar (é o que acontece hoje com conteúdos identificados como pedofilia ou pornografia, por exemplo).

  • Derrubou por quê? Parte dos debatedores quer mais transparência em relação aos critérios que levaram à exclusão de um conteúdo. Nada de derrubar post ou reprovar anúncio sem uma justificativa clara.

  • Só com CPF: a exigência de CPF para usar redes sociais é uma proposta que vem com força.

  • Redes sociais e IAs estão no mesmo balaio: analisando as declarações, dá para notar que estão tratando tudo junto.

  • Europa é a referência: ao que tudo indica, devemos ter algo bem próximo do que foi feito na União Europeia. A legislação de lá é a principal referência de quem está encabeçando as discussões.

🤳 Falando sério: o que será do TikTok nos EUA?

Saiu a notícia em todo lugar: o ultimato foi dado e o TikTok tem dois caminhos - ou vende sua operação nos EUA para uma empresa local, ou sai do país.

Acontece que uma coisa é receber a ordem; outra coisa é cumprir na prática.

Aqui está uma análise realista da situação:

Ainda dá para recorrer?

Dá. O TikTok pode alegar, por exemplo, que a decisão é ilegal. Pessoas informadas do assunto acreditam que essa briga ainda vai se arrastar por uns bons meses (senão anos!) pelas cortes americanas.

No mínimo, dá para ganhar tempo.

Vai respingar no Brasil?

Diretamente não, mas…

Apesar de a legislação americana obviamente não valer no Brasil, o que acontece lá tem influência nos debates daqui. Logo menos algum parlamentar ou juiz deve considerar fazer coisa parecida - especialmente em ano eleitoral.

Para onde está pendendo a decisão do TikTok?

A postura oficial do TikTok é brigar até o fim para recorrer da decisão, mas, caso a coisa cheguem aos finalmentes, tudo indica que vão optar por sair do país. Não querem uma empresa americana colocando as mãos no algoritmo.

Se for para vender, quem pode comprar?

Eis aí mais um fator que torna a venda improvável: dá para contar nos dedos o número de empresas americanas que têm capital para comprar o TikTok.

Mais: a compra pode ser barrada por órgãos antitruste (se a Meta compra, por exemplo, vira dona de metade da internet - não pode).

A alternativa é a compra por um fundo, mas as conversas ainda são muito iniciais.

❌ “Google saiu do grupo”: empresa não vai mais aceitar anúncios de conteúdo político no Brasil

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) revisou as resoluções eleitorais para 2024 e fez algumas exigências novas às empresas de tecnologia. Por exemplo:

  • Banco de dados com todos os materiais de campanha, atualizado em tempo real;

  • Ferramenta de pesquisa para consulta de anúncios por palavra-chave, termos de interesse e nomes de anunciantes;

  • API disponibilizando todos esses dados para aplicações externas.

O resultado: o Google avaliou que a definição do que é de fato “conteúdo político” segundo o TSE ficou muito ampla, tornando inviável cumprir as regras - especialmente considerando que ocorrerão eleições em mais de 5 mil municípios do país.

Para não se complicar, preferiu ficar fora do jogo.

🗓️ Ainda sobre Google: bloqueio de cookies adiado

Há algum tempo, o Google vem anunciando que vai proibir cookies de terceiros no Chrome (algo semelhante ao que a Apple fez em 2021 com o iOS 14), mas a coisa é mais difícil do que parece.

A empresa planejava implementar a medida ainda em 2022. Ficou para o começo de 2024, depois para o final, e agora foi adiada para o ano que vem.

Qual é o B.O.?

O impasse tem dois grandes responsáveis.

De um lado, os reguladores: a forma como o Google vinha planejando fazer o bloqueio preocupou as autoridades antitruste - concentraria poder demais nas mãos do Chrome.

Do outro, os anunciantes: ninguém quer perder a habilidade de rastrear o comportamento dos usuários entre sites.

É um nó difícil de desatar. Não se surpreenda se houver um novo adiamento.

Quinta tem mais!

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